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Escala 6×1 e Burnout: Como Empresas Podem Proteger a Saúde Mental de Seus Colaboradores

A escala 6x1, comum em diversas empresas, pode ser eficiente para o funcionamento dos negócios, mas tem um custo alto para a saúde mental dos

Escala 6×1 e Burnout: Como Empresas Podem Proteger a Saúde Mental de Seus Colaboradores

A escala de trabalho 6×1 – em que se trabalha seis dias consecutivos para descansar apenas um – é uma prática comum em setores de alta demanda e operação contínua. Embora operacionalmente eficiente, essa dinâmica pode sobrecarregar os colaboradores física e mentalmente, aumentando o risco de burnout. Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, o burnout é caracterizado pela exaustão extrema e representa um alerta importante para empresas que buscam equilíbrio e sustentabilidade no ambiente de trabalho

O que é Burnout e por que ele surge?

O burnout manifesta-se como uma exaustão física, mental e emocional, frequentemente acompanhada de sensação de incompetência e distanciamento do trabalho. Surge de um acúmulo de fatores como sobrecarga, falta de reconhecimento e insuficiência de tempo para descanso e recuperação. A escala 6×1 é um exemplo claro de uma rotina que pode intensificar esses riscos.

Além dos impactos na saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima, o burnout afeta o corpo físico, podendo causar insônia, dores crônicas e até predispor a doenças graves. Essa condição também compromete a produtividade, reduzindo a qualidade do trabalho, aumentando as faltas e afetando negativamente os relacionamentos pessoais e profissionais, devido à irritabilidade e ao esgotamento.

É um ciclo desgastante que prejudica o colaborador, o ambiente de trabalho e, inevitavelmente, os resultados da empresa.

Como as empresas podem priorizar a saúde mental?

Para combater o burnout e criar um ambiente mais saudável, as empresas podem adotar iniciativas que promovam o bem-estar coletivo:

  1. Revisão de Políticas de Trabalho e Descanso
    Implementar folgas compensatórias, intervalos maiores entre turnos e pausas durante a jornada ajuda a minimizar a sobrecarga e melhora a recuperação física e mental dos colaboradores.
  2. Apoio Psicológico no Ambiente Corporativo
    Oferecer acesso a profissionais de saúde mental ou criar programas internos de acolhimento psicológico demonstra que a empresa valoriza o bem-estar emocional de sua equipe.
  3. Capacitação de Líderes
    Treinar gestores para reconhecer sinais de burnout e agir preventivamente é essencial. Uma liderança sensível pode fazer toda a diferença no enfrentamento da questão.
  4. Incentivo ao Autocuidado e Atividades Saudáveis
    Estimular momentos de lazer, práticas de mindfulness, pausas para alongamento e outras atividades voltadas ao bem-estar reduz o estresse no dia a dia de trabalho.
  5. Reconhecimento e Valorização
    Reforçar a cultura de reconhecimento e recompensar os esforços cria um ambiente de motivação e respeito, diminuindo o sentimento de desvalorização, que é um dos gatilhos do burnout.
  6. Revisão da Escala 6×1
    Sempre que possível, flexibilizar jornadas ou criar alternativas menos intensivas pode ser uma medida transformadora. Modelos mais equilibrados ajudam a melhorar a qualidade de vida e o engajamento do colaborador.

Apoiar mudanças estruturais é essencial

A discussão sobre a escala 6×1 não se limita ao ambiente corporativo; também é um tema de políticas públicas. Por isso, iniciativas como a PEC que busca regulamentar jornadas mais equilibradas têm grande importância para a saúde mental da força de trabalho brasileira.

Empresas como agentes de transformação

Organizações que priorizam a saúde mental dos seus times não apenas reduzem os índices de burnout, mas criam ambientes mais produtivos, engajados e humanos. O sucesso sustentável começa com o reconhecimento de que cuidar das pessoas é a chave para o crescimento coletivo.

Juliana Conti Elias
Psicóloga e Psicanalista | CRP 06/139348

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