A Ludoterapia é uma técnica psicoterápica mais comumente usada no tratamento dos distúrbios de conduta infantis baseada no fato de que o brincar é um meio natural de auto-expressão da criança.

Visto que não se pode exigir de uma criança que faça associações livres, Melanie Klein (1882-1960) tratou o brincar como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes, assim a ludoterapia na psicoterapia infantil ajudaria a criança a resolver fixações e a elaborar situações traumáticas do seu desenvolvimento através do brincar, desvendando sentimentos e fantasias, resolvendo os conflitos interiores.

Uma criança que não brinca, deve preocupar mais os pais do que aquela que faz uma birra pela manhã porque não quer ir para a escola.

Alguns dos motivos que levam à procura desta terapia são as dificuldades de aprendizagem, distúrbios comportamentais, especialmente agressividade, dificuldades de socialização (comportamento antissocial), hiperatividade, problemas afetivos e emocionais, medos, traumas, enurese (fazer “xixi” na cama e descontrole intestinal impróprio para a idade), baixa autoestima, perturbações psicossomáticas (bronquite, alergias, dores de cabeça, alterações gastrointestinais…), pequenos delitos (mentiras, fugas ou pequenos furtos), ansiedade, depressão…

O tratamento é realizado em sessões de ludoterapia de 50 minutos cada, sessões estas que as crianças apreciam bastante, uma vez que não lhes é solicitada nenhuma atividade desagradável ou entediante.

De forma geral, a criança é um reflexo da dinâmica familiar, pelo que o envolvimento dos pais para o sucesso do tratamento constitui um fator fundamental. Nota-se uma melhoria nos sintomas ou até mesmo a supressão do quadro inicialmente apresentado, em nível da abordagem do tema ventral na brincadeira, no teor dos seus desenhos e no comportamento em geral, através da evolução das representações da criança.

O tempo de duração do tratamento através da ludoterapia é variável. Pode terminar ao fim das primeiras seis semanas, nos casos mais simples, como pode estender-se a um ou mais anos, em casos de dificuldades estruturais ou mais complexas.

A técnica do brincar não se resume apenas a Ludoterapia, cujo princípio consiste em oferecer ao paciente uma possível descarga emocional pela qual ele se libere de um afeto desagradável por estar ligada a lembrança de um acontecimento traumático que ela repetiria inconscientemente.

Sendo um trabalho que pode ser desenvolvido com crianças a partir de dois anos de idade, visto que a partir desta idade já conseguem expor os fatos por meio das brincadeiras por meio de trabalhos direcionados, como no caso de crianças vítimas de violência, onde os objetos são providenciados especialmente com a finalidade de ajudar a analisar a violência sofrida pela criança e descobrir o agressor.

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